O CONTROLE ILIMITADO DAS EMPRESAS-PLATAFORMA NA SOCIEDADE DA VIGILÂNCIA E OS IMPACTOS NAS GREVES
DOI:
https://doi.org/10.21783/rei.v6i3.538Resumo
Com o avanço e o desenvolvimento da tecnologia, os empregadores tem utilizado dispositivos tecnológicos que potencializam o poder diretivo e de controle sobre os trabalhadores. Por outro lado, o emprego dessas tecnologias está limitado a algumas garantias e direitos fundamentais do ser humano, como o direito à privacidade, à intimidade, à liberdade de expressão, ao direito de reunião e está sujeito às obrigações contratuais de transparência e de lealdade. Este ensaio objetiva, por meio de estudos de algumas greves e manifestações que vêm ocorrendo em face de empresas-plataformas, refletir sobre o controle ilimitado que está sendo implantado em relação ao trabalho uberizado. Pretende também observar como esse controle está sendo viabilizado pela própria adesão dos trabalhadores à lógica empresarial. Elege-se, como metodologia, a análise bibliográfica e de dados, assim como o estudo de algumas entrevistas que revelam a dimensão desse controle sobre o trabalho humano.
Downloads
Referências
ABÍLIO, Ludmila Costek. Uberização: do empreendedorismo para o autogerenciamento subordinado. Psicoperspectivas vol.18 no.3 Valparaíso nov. 2019. Disponível em: <https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-69242019000300041> Acesso em: 16 maio. 2020.
ABÍLIO, Ludmila Costek. Uberização do trabalho: subsunção real da viração. Passa Palavra. Fevereiro. 2017. Disponível em: <http://passapalavra.info/2017/02/110685> Acesso em: 27 mar. 2017.
BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho (3ª Região). Processo 0011359-34.2016.5.03.0112. Juiz: Márcio Toledo Gonçalves. Belo Horizonte, 13 fev. 2017
CARELLI, Rodrigo. O Caso Uber e o controle por Programação: de carona para o Século XIX. In: LEME, Ana Carolina Reis Paes; ROGRIGUES, Bruno Alves; CHAVES JÚNIOR, José Eduardo de Resende (Org.). Tecnologias Disruptivas e a Exploração do Trabalho Humano: a intermediação de mão de obra a partir das plataformas eletrônicas e seus efeitos jurídicos e sociais. São Paulo. LTr, 2017. p. 130-146.
CHRISTENSEN, Clayton M. The Innovator’sDilemma. Cambridge, Harvard Business school Press Cambridge. MA. V. 143, n. 158, p. 131-132, 1997.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DE STEFANO, Valerio. The rise of the “just-in-time workforce”: On-demand work, crowdwork and labour protection in the “gig economy”. Inclusive Labour Markets, Labour Relations and Working Conditions Branch. Genebra, International Labour Organization, 2016.
DONATO, Messias Pereira. O movimento sindical operário no regime capitalista. Rio de Janeiro: Revista brasileira de estudos políticos, 1959.
EDELMAN, Bernard. A legalização da classe operária. São Paulo: Boitempo, 2016.
ENTREGADORES da Deliveroo: “nós somos contra a escravidão”. Passa Palavra, 25 jan. 2018. Disponível em: <http://passapalavra.info/2018/01/117657>. Acesso em: 7 jun. 2018.
GONÇALVES, Márcio Toledo. Uberização: um estudo de caso: as tecnologias disruptivas como padrão de organização do trabalho no século XXI. Revista LTr, São Paulo, Ano 81, nº 03, p. 319-33, março de 2017.
LUTA nos aplicativos: a greve da Foodora na Itália. Passa Palavra, dez. 2016. Disponível em: <http://passapalavra.info/2016/12/110141> Acesso em: 27 mar. 2017.
LUTA nos aplicativos: paralisação dos motoboys da Loggi em São Paulo. Passa Palavra, jan. 2017a. Disponível em: <http://passapalavra.info/2017/01/110432 > Acesso em: 27 mar. 2017.
MARX, Karl. O Capital. Crítica da economia política. Livro I. São Paulo: Boitempo, 2015.
MOREIRA. Teresa Coelho. O Controlo dos Trabalhadores através do Sistemas de Geolocalização In: LEME, Ana Carolina Reis Paes; ROGRIGUES, Bruno Alves; CHAVES JÚNIOR, José Eduardo de Resende (Org.). Tecnologias Disruptivas e a Exploração do Trabalho Humano: a intermediação de mão de obra a partir das plataformas eletrônicas e seus efeitos jurídicos e sociais. São Paulo. LTr, 2017. p. 56-69.
MOURA, Natália Das Chagas. Do Controle ao Cybercontrole: impactos na greve e novas perspectivas de resistência. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 2019.
SCHOLZ, Trebor Cooperativismo de Plataforma: os perigos da uberização - Trad: Rafael A. F. Zanatta. São Paulo: Editora Elefante, Autonomia Literária & Fundação Rosa Luxemburgo, 2016.
SCHUMPETER, Joseph. A teoria do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Nova Cultural, 1985.
VIANA, Márcio Túlio. Da greve ao boicote: e outros pequenos estudos. Belo Horizonte: RTM, 2017.
VIANA, Márcio Túlio. Direito Civil e Direito do Trabalho: caminhos que se cruzam. Revista da Faculdade de Direito da UFMG, Belo Horizonte, n. 65, p. 745-756, 2014.
WAKEFIELD Jane. O homem que foi demitido por uma máquina. BBC, 25 jun. 2018. Disponível em: < https://www.bbc.com/news/technology-44561838> Acesso: 19 jul. 2018.
WIENER-BRONNER, Danielle. Uber is using GPS to punish drivers in China who get too close to protests. SPLINTER. 14 jun. 2015. Disponível em: <https://splinternews.com/uber-is-using-gps-to-punish-drivers-in-china-who-get-to-1793848386>Acesso em: 22 out. 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após a publicação na revista.