AUXÍLIO EMERGENCIAL NO BRASIL COMO POLÍTICA INSTITUCIONAL

ANÁLISE SOB A ÓTICA DE AMARTYA SEN E SUA CRÍTICA AO TESTE DE MEIOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21783/rei.v10i4.822

Palavras-chave:

Covid-19, Auxílio emergencial, direitos humanos, teste de meios

Resumo

A presente pesquisa tem por objetivo analisar os requisitos trazidos pela Lei n.º 13.982, de 02 de abril de 2020, para a obtenção do auxílio emergencial no Brasil, por pessoas assoladas pelas consequências econômicas desastrosas advindas do isolamento social, forçosamente em decorrência da pandemia do Covid-19, como política institucional promovida pelo Poder Executivo federal. Verificar-se-á quais critérios foram utilizados pelo governo federal brasileiro para o cadastro e consequentemente para a concessão do auxílio emergencial, buscando cotejo analítico, com a crítica de Amartya Sen ao teste de meios em seu livro “Desenvolvimento como liberdade”. Além disso, demonstrará a importância da função intervencionista e protetiva do Estado como forma de realizar a dignidade humana e o direito humano ao desenvolvimento, sobretudo em momentos de crise sanitária e econômica. Conclui-se que houve distorção de informação, ao passo que se infere o papel essencial do Estado na manutenção da dignidade humana em situação emergência como a do cenário pandêmico. Para o incremento do trabalho, foi utilizada a técnica de pesquisa documental e bibliográfica para investigar os principais conceitos do teste de meios e requisitos legais do auxílio emergencial a fim de alcançar o objetivo delimitado.

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Biografia do Autor

Tatiana de Almeida Campos, PPGD UNINOVE/SP

Doutoranda e Mestre em Direito pela Universidade Nove de Julho (2022). Pesquisadora bolsista PROSUP/CAPES (2021-2022). Pós-graduação "lato sensu" em Direito Processual Civil pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (2021). Graduada em Direito, também, pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (2018), sendo aluna transferida das Faculdades Metropolitanas Unidas, ingresso no qual obteve primeira colocação. Atualmente é professora assistente do grupo de Iniciação Cientifica da Universidade Nove de Julho e de Direito Civil da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. Convidada a orientar os estagiários do CEJUSC/SBC - Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (2019). Experiência internacional pela Accademia Juris Roma e Il Centro di Studi Giuridici Latinoamericani della Universitá Degli Studi di Roma Tor Vergata (2022). Advogada afeita aos métodos autocompositivos, sócia co-fundadora do Fonseca, Kajimoto Campos.

Daniel Jacomelli Hudler, Universidade Nove de Julho (UNINOVE/SP)

Doutorando em Direito Empresarial e Mestre em Direito pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE-SP), ex- bolsista de pesquisa PROSUP/CAPES na área de concentração "Justiça, Empresa e Sustentabilidade". Especialista em Direito Processual Civil e Bacharel em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE-SP). Ex- Editor assistente das revistas científicas Prisma Jurídico e Thesis Juris. Advogado em São Paulo. Professor de Direito na Faculdade Nove de Julho. Experiência internacional pela Universidade da Coruña (UDC - Espanha) em Globalización & Empresa: una visión Europea. Pesquisador em Direito e Desenvolvimento; Empresas e Direitos Humanos; Economia e Direito. 

Marcelo Benacchio, PPGD UNINOVE/SP

Possui doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005), mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001) e graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991). É professor permanente do Mestrado em Direito e da Graduação da Universidade Nove de Julho- UNINOVE. Professor Convidado da Pós Graduação lato sensu da PUC/COGEAE e da Escola Paulista da Magistratura. Prof. Titular de Direito Civil da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. Tem experiência na área de Direito, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento econômico, ordem jurídica da economia, direitos humanos e responsabilidade civil.

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Publicado

2024-11-29

Como Citar

Campos, T. de A., Hudler, D. J., & Benacchio, M. (2024). AUXÍLIO EMERGENCIAL NO BRASIL COMO POLÍTICA INSTITUCIONAL: ANÁLISE SOB A ÓTICA DE AMARTYA SEN E SUA CRÍTICA AO TESTE DE MEIOS . REI - REVISTA ESTUDOS INSTITUCIONAIS, 10(4), 1302–1325. https://doi.org/10.21783/rei.v10i4.822

Edição

Seção

Artigos